A Saúde da população do concelho de Torres Vedras está muito doente.
Neste momento temos Cuidados de Saúde Primários a prestar serviços claramente insuficientes face às atuais necessidades da população, com instalações recentes subutilizadas – como é o caso do Centro de Saúde de Ventosa.
Temos Cuidados de Saúde Diferenciados sem meios físicos, técnicos e humanos para fazer face às solicitações, quer as que correspondem à sua Missão, quer as que não estão a ser assumidas pelos Cuidados de Saúde Primários, sobrecarregando os seus recursos, com todos os custos financeiros e humanos inerentes.
Temos Profissionais de Saúde exaustos, desmotivados e muito pouco reconhecidos e valorizados.
Temos uma população sem um direito básico de assistência na saúde e doença, passando por situações de enorme fragilidade, insegurança e mesmo negligência.
Estas circunstâncias exigem a urgente tomada de decisões, de liderança, e a adoção de medidas concretas. A autarquia tem essa responsabilidade e tem essa possibilidade. Pode avançar com propostas, deve tomar decisões, ao invés de ficar a aguardar por quem decida “superiormente”, ou por quaisquer soluções milagrosas.
O atual hospital continua a definhar. Quer em termos de espaço, de infraestruturas ao dispor dos profissionais de saúde, ou do próprio número desses profissionais, que acabam na verdade ‘expulsos’ pela ausência de condições dignas de trabalho e serviço aos utentes.
De há vários anos para cá que se discute a transferência de alguns serviços administrativos e também de algumas consultas externas para o Hospital do Barro.
O Unidos por Torres Vedras Movimento Cívico propôs, por isso, a inscrição de uma verba no Orçamento Municipal para executar obras que permitissem aliviar as instalações do atual hospital, até que o novo esteja concluído. A senhora Presidente validou as razões apresentadas e aprovou a inscrição de uma verba de 300.000€ no orçamento de 2022.
Porém, a senhora Presidente nada fez para executar essas obras e voltou até atrás na decisão, argumentando que, afinal, há um Protocolo (com a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa) que o impede na prática.
Entretanto passou o ano de 2021, passou o ano de 2022 e a solução para alívio da situação urgente do Hospital de Torres Vedras continua sem existir.
Investir nos Cuidados de Saúde Primários
O UNIDOS por Torres Vedras Movimento Cívico considera, por isso, que é necessário agir urgentemente para minimizar o impacto das condições atuais, melhorar os cuidados de Saúde prestados aos munícipes e promover uma melhoria das condições oferecidas aos profissionais de saúde.
Sabemos, porque os ouvimos, que o descontentamento dos profissionais de saúde assenta essencialmente na desvalorização das carreiras, na falta de reconhecimento, na dimensão reduzida das equipas e nos escassos incentivos à investigação, criação de novos projetos ou para aquisição de novos conhecimentos.
Constatamos que no concelho de Torres Vedras existem 3 Unidades de Saúde Familiar (Gama e Arandis, na cidade, e Santa Cruz, na Silveira).
Estamos cientes de que este modelo de funcionamento permite uma cobertura, eficiência e qualidade na prestação de cuidados que o modelo UCSP (Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados) e UCC (Unidade de Cuidados na Comunidade) não proporcionam.
Proposta
O UNIDOS por Torres Vedras – Movimento Cívico, vem apresentar uma proposta concreta que permitirá colmatar, de imediato, necessidades atuais e emergentes:
Constituição e implementação de uma Unidade de Saúde Familiar (USF) modelo A.
Esta deverá sediar-se nas atuais instalações subutilizadas do Centro de Saúde de Ventosa.
Esta Unidade de Saúde Familiar assegurará uma resposta adequada à população com a seguinte constituição e características:
- 5 Médicos (equipa de) com a especialidade de Medicina Geral e Familiar
- 5 Enfermeiros de Família
- 5 Secretários Clínicos e
- 3 Assistentes Operacionais
Esta proposta corresponderá a um orçamento anual de 250.000€.
A nova USF abrangerá cerca de 10.000 inscritos, utentes oriundos da Freguesia de Ventosa e de Freguesias limítrofes cuja população, em conjunto, perfaça o universo de utentes a servir (em combinações e consoante critérios a acordar com os profissionais de saúde, as respetivas Juntas e a Comissão Municipal de Saúde) – de que se junta exemplo.
Visando aumentar a atratividade de profissionais para a constituição desta nova Unidade de Saúde Familiar, propõe-se que seja realizada a contratação de toda a equipa com:
- Flexibilidade de horário e
- Possibilidade de evolução para um modelo B ou C.