Para compensar os atrasos nas obras de eletrifificação da Linha do Oeste, que deviam estar concluídas em 2020, há oito meses que o troço Torres Vedras-Meleças está encerrado. Se as obras acumulam atrasos de vários anos, o encerramento da linha derrapou (pelo menos) três meses. Um desrespeito gritante para com os utentes do único corredor ferroviário que não se encontra eletrifificado. Em todo este tempo, uma constante: a Câmara Municipal, que devia funcionar como provedora dos interesses dos torrienses, nunca pressionou ou exigiu que os prazos fossem minimamente respeitados.
O pouco que se sabe sobre o futuro da Linha deve-se à constituição de uma Comissão Independente de Acompanhamento, proposta pelo Unidos, juntando as Infraestruturas de Portugal (IP), Câmara, juntas de freguesia e forças políticas dos órgãos do município. À incapacidade de se assumir como a voz que os torrienses precisam, a costumeira despreocupação em informar os munícipes só foi anulada graças à iniciativa do Unidos.
O que saiu da 3a reunião desta comissão, a 9 setembro, não é animador. Se até ao final do ano deverá ser reaberto o troço entre Meleças e Torres Vedras, e a eletrifificação concluída no primeiro semestre de 2025, o que vai acontecer é um remendo. Como a subestação de Runa só deverá estar pronta em 2026, a componente elétrica da linha estará longe de ser a ideal. Pior. Atrasos nos concursos, significam que dificilmente haverá composições elétricas disponíveis a tempo. As primeiras unidades só deverão começar testes em meados de 2025, diz a IP. Quando concluído, a ligação a Lisboa demorará 50 minutos e evitará transbordo em Sintra. A prioridade da IP, após conclusão dos trabalhos é de eliminar a passagem pedonal nas linhas. A passagem superior de Runa (foi inscrita no Plano Nacional de Investimento 2030) tem o projeto consolidado e as expropriações concluídas.
O relatório total da 3ª reunião de acompanhamento pode ser lido aqui: