Na reunião pública do executivo da câmara municipal, que teve lugar na Maceira, na terça-feira, 25 de outubro, os Vereadores do UNIDOS por Torres Vedras – Movimento Cívico, apresentaram uma proposta de elaboração de um Plano Municipal de Drenagem, de forma a proteger os cidadãos em situações de calamidade e promover um quadro de gestão eficiente da água em todo o concelho.
A proposta foi liminarmente afastada pela Presidente com o argumento de que esse assunto já está contemplado na Estratégia Municipal para o Ambiente e Alterações Climáticas de 2015 sem, contudo, conseguir referir quais as medidas concretas e respetivo cronograma a implementar, pelo que o UNIDOS concluiu que não existe um plano para a drenagem e consequente aproveitamento das águas pluviais no concelho.
Do levantamento feito pelo UNIDOS, verifica-se que durante o inverno, algumas das principais artérias da cidade, bem como determinados pontos do Concelho, ficam rápida e facilmente inundados, nomeadamente pelas dificuldades de drenagem. A água retida e acumulada na via pública, agrava os constrangimentos para os automobilistas no trânsito ou para os peões em zonas pedonais, em certos casos impedindo simplesmente a circulação rodoviária. Em zonas mais íngremes, na periferia da cidade, perante cenários extremos inesperados, verifica-se a probabilidade crescente de ocorrer uma enxurrada de maior gravidade, pois existem grandes massas de água “a descer rua ou escadaria abaixo”, constituindo uma ameaça aos cidadãos.
Por outro lado, diversas zonas do Concelho são ciclicamente fustigadas por cheias, como são o caso de Pedras Lages, Runa, Bairro Arenes, Choupal, Várzea, Paul, Fonte Grada, Ribeira de Pedrulhos, Gibraltar, Benfica, Ponte Rol, Soito, Bordinheira, Aranha e Foz do Sizandro (na área do Rio Sizandro) e A-dos-Cunhados, Casal Barreirinha, Casal Porto Rio e Maceira (na zona de influência do rio Alcabrichel).
No entender do UNIDOS por Torres Vedras, tornou-se urgente projetar soluções para resolver em definitivo o problema da falta de drenagem das águas pluviais, uma vez que este fenómeno se repete ano após ano e tem vindo a intensificar-se, antecipando-se que assim continue.
Assim, importa trabalhar para projetar e executar soluções técnicas, de médio e longo prazos, como a construção de túneis de escoamento, canais de dispersão ou desassoreamento dos rios, estruturantes para divergir ou conter a água em dias de grande pluviosidade. Outras soluções estruturais devem também ser exploradas, visando, nomeadamente, um efeito de diminuição do caudal ou da altura de escoamento das cheias.
Nesta solução existirá uma dupla mais valia: evitar cheias enviando água em excesso para os rios, assim como, permitir a poupança de água aos cofres do Município porque a que é recolhida poderá ser utilizada, posteriormente, em regas de Parques Verdes e rotundas; contribuir para a lavagem da via pública; reduzir a fatura dos munícipes e “reforçar as redes de incêndio dos Bombeiros Voluntários, sendo um ponto de recolha de água com funções de apoio ao reabastecimento dos veículos de socorro”, tal como proposto no Programa Eleitoral do UNIDOS, sobre o Aumento da Resiliência do Território a Incêndios Florestais.
Por outro lado, há também a necessidade de capacitar crescentemente a população para adotar comportamentos defensivos e preventivos, de auto-proteção, bem como saber como atuar, pelo que este Plano deve integrar medidas de informação e sensibilização pública a disseminar por todo o Concelho.
Finalmente, o Plano deve reunir informação estatística e dados que permitam um crescente conhecimento da população e dos intervenientes públicos e privados sobre as melhores medidas a adotar em circunstâncias de emergência, para além de permitir aumentar a perceção do risco de inundação e das estratégias de atuação na população e nos agentes sociais e económicos, melhorar o conhecimento e a capacidade de previsão para a adequada gestão do risco de inundação, melhorar o ordenamento do território e a gestão da exposição nas áreas inundáveis e, finalmente, melhorar a resiliência e diminuir a vulnerabilidade dos elementos situados nas áreas de possível inundação.