Sem Hospital do Oeste e com o de Torres Vedras sem capacidade de resposta, a saúde no concelho está doente. À semelhança do que já se faz no país, o Unidos por Torres Vedras propôs que a Câmara contrate profissionais de saúde para abrir (finalmente) uma USF na Ventosa.
Prometido há décadas, o Hospital do Oeste continua sem sair do papel e o de Torres Vedras continua a definhar, sem condições para o crescimento do concelho. Enquanto isso, temos Unidades de Saúde Familiar (USF) inauguradas há quatro anos sem funcionar e há 36 mil torrienses sem médico de família. Sendo certo que é uma área da responsabilidade do Governo, a autarquia não pode continuar de braços cruzados à espera que as coisas se resolvam por si. Tem de ter uma voz ativa e liderante, como não aconteceu no Hospital do Oeste, e ainda menos na melhoria das condições do atual Hospital.
Depois de ter acolhido a pretensão do Unidos por Torres Vedras, inscrevendo 300 mil euros no orçamento de 2022 para efetuar obras no antigo Hospital do Barro com o obje- tivo de acolher alguns serviços básicos do atual Hospital, Laura Rodrigues deu o dito por não dito e as obras nunca avançaram. Como há sempre uma desculpa para nada fazer, descobriu um protocolo com a Faculdade de Medicina de Lisboa que “justifica” a inação. Entretanto passou 2022, 2023 está a findar e continuamos sem ver qualquer esforço para minorar os constrangimentos do Hospital de Torres Vedras. O Hospital do Barro é “só” o maior edifício público do concelho. Dá perfeitamente para acolher, proviso- riamente, serviços do atual Hospital e projetar o futuro projeto (que saudamos).
INVESTIR NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
Da mesma forma que a Câmara não pode ficar muda e calada de cada vez que se encerram extensões de Saúde sem aviso prévio, e sem que exista uma nova USF, também tem respostas a dar com a chocante subutilização do Centro de Saúde de Ventosa. Inaugurado faz agora quatro anos, os habitantes da freguesia continuam à espera que funcione. O Unidos por Torres Vedras apresentou uma proposta para implementar, nas mesmas instalações, uma Unidade de Saúde Familiar, modelo A. À semelhança do que já fazem outros concelhos, a Câmara de Torres Vedras pode contratar médicos e profissionais de saúde em regime de prestação de serviços. É possível, e o movimento Unidos reuniu com médicos e enfermeiros, constituir uma equipa operacional com um orçamento anual de 250 mil euros. A nova USF pode garantir cuidados de saúde até 10 mil utentes, triplicando a capacidade atual, com utentes da Freguesia de Ventosa e freguesias vizinhas, existindo a possibilidade de evolução para um modelo B ou C. Mais do que desculpas, os torrienses precisam de soluções. Há estudos e capacidade para as colocar em prática, melhorando a vida das populações. Se uma autarquia não serve para isso, serve para pouca coisa.