A Câmara integrou a gestão dos resíduos sólidos urbanos nos SMAS. Um grave erro de gestão, que já levou a um aumento de 57% na taxa e a um rombo nas contas da Câmara. Se fosse no privado, já havia muita gente despedida.
Até há três anos, o serviço de recolha de resíduos sólidos urbanos esteve a cargo dos serviços da autarquia. As contas nunca deram problemas, a taxa de cobertura estava nos 107%, o serviço era eficiente e não merecia grandes reparos. Até que a Câmara resolveu integrar, sem que até hoje se percebesse porquê, este serviço nos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS). Socorrendo-se de um estudo de viabilidade económica com números irrealistas, o PS garantiu que esta incorporação permitiria reduzir os custos do serviço e aumentar o investimento. Cereja em cima do bolo, o município passaria a ter sempre resultados positivos por esse serviço e as tarifas para os consumidores ficariam estáveis, sem aumento, durante 15 anos.
Saiu tudo ao contrário! Um serviço que sempre teve contas certas passou a ser um sorvedouro de dinheiro dos munícipes e a taxa paga por cada um de nós na fatura da água não para de aumentar. Logo em 2021, onde a Câmara garantia um lucro de 143 mil euros, os SMAS apresentaram resulta- dos negativos de 616 mil euros. Pior, só a área dos resíduos sólidos foi responsável por um défice de 1,2 milhões de euros em termos operacionais. Para compensar o buraco criado por este erro crasso de gestão, a Câmara passou a fatura para os munícipes. Em três anos, a taxa dos resíduos sólidos urbanos subiu 57%, aumentando a conta da água paga por cada torriense.
Como se isso não fosse suficiente, e para responder às dificuldades financeiras dos SMAS, a Câmara transferiu 1 milhão e 250 mil euros em 2022. Como o Unidos por Torres Vedras alertou, no final desse ano, o buraco financeiro continuou a aumentar. Dito e feito. Ainda as contas de 2023 não estão fechadas e já a autarquia injetou mais 558 mil euros nos SMAS. No total, já são quase dois milhões de euros, que não estão a ser investidos na recuperação de escolas ou na rede viária do concelho, para compensar os caprichos e erros de gestão do PS.